quarta-feira, 26 de agosto de 2009

bolo de azeitonas e cobocó



Eu já tinha avisado que era uma blogueira relapsa, né?

Mas tanta espera vai valer a pena, porque a receita que eu vou postar hoje é deliciosa! Ela veio da gourmet.com e originalmente tem o nome de "Le Cake" aux Olives et au Reblochon (a receita original e até um vídeo ensinando tudo direitinho, você encontra aqui) .

Desde que tinha visto essa receita fiquei louca pra fazê-la. Finalmente tive a oportunidade outro dia, numa festinha de comidas mediterrâneas que fizemos na casa de um amigo. Também desde que vi a receita fiquei pensando em qual queijo substituiria bem o Reblochon, impossível de ser encontrado em BH. Quando cheguei no supermercado e experimentei um Cobocó fresquinho que estava na degustação, decidi por ele. Queijo macio mas não aguado, sabor adocicado e acastanhado, só podia dar certo. E deu! O Cobocó não fez feio de jeito nenhum e ainda tinha um precinho super em conta, o que é ótimo quando se pensa em festa com muita gente. Mas acho que qualquer queijo macio (tipo gruyére, edam, gouda) funciona também.

Aqui a receita, já com as minhas modificações da original:

Bolo de Azeitonas e Cobocó

1 xícara (chá) de bacon em cubinhos
1 xícara (chá) de azeitonas pretas sem caroço e picadas
1 xícara (chá) de parmesão ralado médio
4 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 e 1/2 xícaras (chá) de queijo cobocó ralado grosso
1 xícara (chá) de leite
1 ovo
250ml de creme de leite fresco
3 colheres (sopa) de manteiga (que devem ser derretidas depois de medidas)
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de sal
pimenta do reino a gosto
ervas frescas picadinhas a gosto (usei manjericão, alecrim, sálvia, hortelã, salsinha e cebolinha)

Aqueça o forno a 200º.

Frite o bacon até começar a dourar, tomando cuidado pra não fritar demais. Espere esfriar um pouco e junte as azeitonas picadas. Unte uma forma grande para bolo inglês (se não tiver, use a sua assadeira de bolo normal) com manteiga e polvilhe com metade do parmesão ralado. Em uma tigela grande, coloque a farinha, fermento, sal, pimenta, ervas, o queijo e a mistura de bacon e azeitonas, e misture bem. Em uma outra tigela, leve a manteiga para derreter (no microondas ou banho maria). Quando estiver bem amolecida, junte o leite, o creme de leite, o ovo, e misture bem com um garfo ou batedor de arame, batendo até que tudo esteja bem homogêneo. Junte os líquidos aos sólidos e vá misturando com uma colher de pau. Vai ficar grudento e pegajoso, e você vai achar que tá muito duro e deu tudo errado, mas é assim mesmo. Também não precisa bater demais, é só até que tudo esteja misturado. Despeje na forma, salpique o parmesão restante e leve ao forno por aproximadamente 45 minutos, até que esteja dourado e enfiando um palito ele saia limpo (não vai sair limpinho demais, porque tem queijo e o queijo vai grudar no palito. mas não pode sair um pedaço do bolo cru grudado nele. a partir de 35, 40 minutos, fique de olho, porque vai depender do seu forno estar bem regulado). Retire do forno, deixe esfriar por uns 10 minutos e sirva morno.

O bolo ficou super leve, rico em sabores e com um perfume maravilhoso. Foi um sucesso!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

filé com batatas e agrião



A inspiração pro meu jantar veio de um dos meus botecos preferidos de beagá, o Bar do Antônio, também conhecido como Pé de Cana. No último festival do Comida di Buteco eles concorreram com um prato chamado Carnoba, que é composto de filé, taioba e batatas aos quatro queijos, tendo sido um dos meus favoritos a ganhar o prêmio. Aqui eu não tinha taioba, mas tinha agrião, medalhões de filé e batatas. Também não queria nada que levasse quatro queijos, ou frituras, pois seria pesado demais pra um jantar de quarta-feira. O Resultado ficou bem diferente do Carnoba, mas a inspiração veio mesmo de lá, o prato ficou tão gostoso quanto, embora bem mais leve.

Filé com batatas e agrião


2 medalhões de filé mignon

2 batatas médias descascadas e picadas verticalmente em quatro

1 maço de agrião, lavado e com as folhas escolhidas

2 colheres (sopa) de creme de ricota*

1/2 xícara (chá) de leite desnatado

1 colher (sopa) de azeite

sal, pimenta do reino moída e noz moscada a gosto


Coloque as batatas em uma panela com água e sal e leve ao fogo médio, para branquear* por 10 minutos. Escorra, transfira para uma travessa que possa ir ao fogo, tempere com sal, noz moscada e pimenta do reino a gosto, despeje um fio de azeite e leve ao forno quente até corar, por uns 10 minutos (eu usei o grill do meu forno, que tosta mais rápido e deixa uma casquinha, mas dá pra fazer no forno normal bem quente, deixando por mais tempo).

Quando as batatas estiverem quase douradas, aqueça o azeite em uma frigideira de fundo grosso, em fogo bem alto. Coloque os medalhões, tempere a parte de cima com sal e pimenta a gosto, e deixe até que a parte debaixo esteja bem dourada. Vire o medalhão, tempere o lado que ficou pra cima, e espere até que a parte debaixo também fique bem dourada. Transfira os medalhões para uma travessa que possa ir ao forno, para que eles terminem de assar, deixando por mais alguns minutos no forno onde estão as batatas.

Na mesma frigideira em que fez o filé, coloque o agrião, abaixe o fogo, tempere com mais sal, pimenta e noz moscada a gosto e misture bem, deixando murchar as folhas por 1 minuto. Acrescente o leite e raspe o fundo da frigideira com uma colher de pau para retirar todo o resíduo da carne. Transfira para o liquidificador, acrescente o creme de ricota e pulse algumas vezes até triturar levemente o agrião. Prove sal e pimenta, volte à frigideira para aquecer.

Retire o filé e as batatas do forno e sirva com o molho de agrião.

* o creme de ricota que eu uso é da marca Tirolez. Ele é uma boa alternativa light, já que 1 colher de sopa tem menos de 40 calorias, o que ainda é menos que o insosso cottage. Se você não tiver, substitua por cottage batido com leite, ricota batida com leite ou cream cheese light.

** branquear é cozinhar brevemente em água, caldo ou óleo, mantendo a consistência e nutrientes do alimento, e acelerando o cozimento que será feito por outro meio posterior.

vende nas americanas?

Diretamente das prateleiras das Americanas mais perto da sua casa, recomendo de com força o Doritos Sweet Chili. O apimentado é leve e realmente adocicado. Só deveriam ter mudado aquela cor laranja atômica do queijo nachos, que aquilo não é de deus.

E na mesma sacolada veio o novo Sonho de Valsa de Avelãs e Creme Branco. H-O-R-R-O-R-O-S-O! Não tem nada a ver com sonho de valsa, é muito, muito doce, tudo tem o mesmo gosto e a crocância característica do sonho de valsa desaparece em meio a tantos cremes ircketi. CORRÃO!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

empadinha de deus...




...ou torta de chocolate com castanha de caju e morangos.
Quando Mariana disse que queria fazer dupla comigo na cozinha da festinha, avisei que só faria se ela decidisse a receita. Afinal a idéia de todo mundo cozinhar era ter novas experiências e conhecer receitas diferentes, e não eu mesma buscar uma aqui nas minhas fontes de consulta.

Ela primeiro trouxe um link de uma tortinha de blueberry. A receita parecia ótima, mas blueberry aqui em BH é coisa bem rara de achar e não queria ter que ficar procurando. Eu não sou muito fã de doces, mas com chocolate é sempre mais irresistível, então acabamos mudando a receita da massa e adaptando o recheio para os morangos, que agora já estão na época. Depois de pronta Mariana as batizou de Empadinhas de Deus.
A massa das tortinhas eu preparei antes em casa, deixei na geladeira descansando por uma hora e levei pra festa. Usei como referência uma receita de Tarte Au Chocolat do livro Bouchon do Thomas Keller, fazendo várias substituições. Lá Mariana preparou o recheio com a minha ajuda e usando mais ou menos por referência o recheio da torta de blueberry inicial. Abaixo a Receita com todas as substituições e alterações:
Empadinha de Deus
(Tortinha de chocolate, castanha de caju e morangos)

Para a massa:
1 e 3/4 xícara (chá) de farinha de trigo
3/4 xícara (chá) de acúcar
7 colheres (sopa) de manteiga gelada em pedacinhos
3 colheres (sopa) de chocolate em pó
1/2 xícara (chá) de castanha de caju picada (torrada e sem sal)
1 colher (chá) de essência de baunilha
1 colher (chá) de sal
Coloque todos os ingredientes em uma tigela. Com as mãos vá misturando todos os ingredientes até formar uma farofa. Continue amassando bem, pois a manteiga irá derretendo aos poucos com o calor da mão e dar consistência firme. Quando não estiver mais grudando nos dedos e nas mãos, está pronta. Se necessário, acrescente uma colher de água gelada. Envolva essa massa em filme plástico e leve à geladeira por pelo menos 30 minutos. Após, faça pequenas bolinhas e abra a massa em forminhas pequenas. Leve todas para assar por mais ou menos 20 minutos em forno 180º. Quando elas saem do forno ainda estão um pouco infladas e moles, mas assim que esfriam elas vão ficar crocantes e abaixar. Deixe esfriar antes de colocar o recheio.
Para o recheio:
2 caixas de morangos lavados e picados (4 xícaras de chá aproximadamente)
3/4 xícara (chá) de açúcar
raspas e caldo de meio limão
1 e 1/2 colher (sopa) de amido de milho
cravo, canela e noz moscada ralada a gosto
raspas de chocolate 70% de cacau para decorar
Coloque todos os ingredientes em uma panela funda e leve ao fogo baixo, misturando sempre. Cozinhe até que o recheio esteja denso e consistente. Reserve e deixe esfriar. Retire os pauzinhos de canela e os cravos.
Desenforme as tortinhas, recheie cuidadosamente com os morangos e polvilhe com as raspas de chocolate para decorar. Sirva em temperatura ambiente.

os doces




Todas as fotos da festinha foram tiradas pela Mariana. E estão de dar água na boca!

os salgados
















compartilhando a cozinha

Reunir a turma na casa de alguém pra cozinhar e beber não é nenhuma novidade entre nossos amigos. Sempre rola uma encontrinho na casa de alguém e são momentos sempre muito gostosos, de intimidade e festividade além do que a gente consegue num bar. Normalmente Julia, HanWen e eu nos encarregamos de decidir o cardápio, fazer as compras e cozinhar para os outros, que se dedicam a outras atividades da festinha. Mas ontem combinamos um esquema diferente.
Fizemos uma reunião na casa do HanWen onde todos os convidados teriam que ir pra cozinha preparar um prato para todos. Cada um (quem quis se juntou em dupla) se encarregou de buscar uma receita, comprar seus ingredientes e preparar seu prato. Ninguém ficou sabendo com antecedência o que o outro ia fazer, e essa surpresa foi ótima. O resultado não podia ter sido melhor. Muitas receitas diferentes, petiscos apetitosos e todo mundo envolvido e empenhado em cozinhar e falar de comida e receitas.

Começamos com a Quiche de Bacon que o Felipe levou pronta de casa e foi um sucesso! Claro que parte deste arraso é mérito da Agnes, que como boa francesa sabe não só comer e cozinhar, mas tamém ensinar. Foi ela quem orientou Felipe a preparar a receita tão gostosa.

Em seguida veio o petisco do anfitrião, que nos serviu seu Zouk-ini (abobrinhas com especiarias indianas) acompanhado de pão caseiro. Foi um dos favoritos do dia, bem picante e aromático, o pão super fresquinho, caiu muito bem com a primeira cerveja gelada. Enquanto isso HanWen já tinha outro prato engatilhado no forno, espetinhos de frango acompanhado de molho de amendoim, e que também encheu a casa do perfume dos temperos em que o frango ficou marinando.

O próximo foi Minigroto, que preparou Kaftas no espeto. Estavam uma delícia, com casquinha bem crocante mas com a carne macia e suculenta por dentro, os temperos na medida certa. Pra acompanhar eu preparei na hora um molho de coalhada (caseira, que Hanwen tinha na geladeira) com limão e tomilho.
Logo depois Adriano fez suas famosas bruschettas: pão italiano, cream cheese, pepinos e salmão defumado. Um petisco bem leve e refrescante.
A essa altura a galera já começou a clamar pelos doces. Agnes tinha feito mini tortinhas de creme de limão e morango que estavam muito gostosas. Massa quebradiça, recheio docinho, morango fresquinho.

Mariana fez dupla comigo e nós preparamos também mini tortinhas de morango, mas com a massa de chocolate e castanha de caju. A receita foi uma adaptação de várias referências e eu ensino no próximo post.
O último prato, preparado pela Laís e Johanna eu não provei, porque era trabalhoso e demandava muito fogo e quando ficou pronto eu já estava indo embora. Elas fizeram Moela com Molho de Tomate e tenho certeza que devem ter ficado ótimas. Mas dessa receita não tenho foto, se alguém tirou me mande que eu publico aqui!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

de quando não dá certo

Seguindo a sugestão do meu primo Sérgio, decidi fazer um bolo de carne recheado com queijo para o jantar de hoje. Essa é uma receita simples, que já fiz mil vezes, fica bem saborosa e nem necessita de muitos acompanhamentos. Exatamente por ser super fácil, achei que seria uma boa fotografar toda a preparação, medir os ingredientes (já que normalmente faço tudo a olho), contar os tempos e temperaturas, com a intenção de postar aqui a receita certinha depois. E foi o que eu fiz: tudo foi cortado, medido, calculado, contado, empratado e fotografado. Fiz o bolo de carne moída temperada com cebola, salsinha, cebolinha, alho, sal, molho inglês e mostarda. O recheio era de muçarela de búfala e um pouquinho de uma pasta portuguesa de pimentões vermelhos, que achei que daria um toquezinho picante ao prato. Para fazer a receita é só misturar os ingredientes da carne até que estejam bem homogêneos, despejar em cima de um filme plástico esticado em uma tábua, rechear com o queijo e a massa de pimentões, enrolar com a ajuda do filme e levar para assar em forno médio, em tabuleiro untado, por 30 minutos. Fiz como acompanhamento um purê de abóbora com mandioquinha, aproveitando um resto das duas que estava congelado. Mas aí chegou a hora de provar, e o que prometia ser uma receita excelente, revelou-se um fiasco! A carne ficou ressecada, o queijo não derreteu direito, a tal massa de pimentão se sobrepôs a todos os outros sabores, o bolo rachou e deixou escorrer parte do queijo na assadeira... Não ficou incomível, mas também não é uma receita que eu possa recomendar pra ninguém.
Muitas vezes eu consigo fazer errado coisas que eu faço cotidianamente. Como eu não gosto de repetição e o que mais me atrai no mundo é uma novidade, estou sempre mudando algum ingrediente ou outro das minhas receitas, sempre em busca de um sabor inédito. Muitas vezes me surpreendo com resultados muito bons, mas claro que muitas vezes não dá certo, como hoje.
O post fica sem foto porque o bolo de carne xexelento de hoje não merece aparecer aqui. Vou testar mais alguma receita pra que ele volte irrepreensível em outra oportunidade.

domingo, 21 de junho de 2009

Barracão Butiquim


























Ontem fomos comemorar a formatura do Minigroto e a promoção do João, e o lugar escolhido foi o que eu considero ser o melhor bar de beagá, o Barracão Butiquim.

O bar fica no quintal de uma casa no bairro Pompéia. O ambiente é delicioso, cheio de plantas e flores, mesas e banquinhos coloridos, música sempre boa, atendimento muito gentil e atencioso. O Eduardo, um dos donos, comanda a cozinha super criativa, e a Leila, a outra sócia, conduz o atendimento eficiente do bar. Tudo é muito informal, descontraído e alto astral, fazendo com que a gente se sinta como se estivesse na festa no quintal da casa de um amigo.

Aos sábados eles abrem às 14h e tem sempre alguns pratos especiais diferentes do cardápio para o almoço. Ontem chegamos lá por volta de 15h, famintos, e já fomos logo pedindo uma picanha acebolada no arado e uma batata rosti de estrogonofe, que era novidade no cardápio. A especialidade da casa são as batatas rosti, e os recheios são bem variados, como carne seca com catupiry, bacalhau, alho poró com bacon, gouda com cebola e outros. Como elas são feitas na hora e demoram um pouquinho pra ficarem prontas, sempre pedimos uma logo que chegamos e um outro petisco pra ir enganando a fome enquanto ela não chega. A picanha fez bem esse papel, e veio acompanhada de uma saladinha de conservas de cogumelos, pepinos, azeitonas e cebolas e um potinho de farofa. Quando a fome começou a aparecer de novo, nossa batata chegou à mesa. Achei o recheio de estrogonofe ok, mas ainda considero a de carne seca com catupiry a melhor da casa, e acabamos pedindo uma desta depois, que estava perfeita. Mais tarde outros amigos chegaram e pedimos também uma porção de coxinhas de frango com chutney de banana. Como eu não sou muito chegada em frango, desta porção eu sempre como só o chutney, que é uma delícia e é vendido lá pra quem quiser levar pra casa. Também é possível levar empadinhas congeladas que eles vendem lá, em pacotes com 20 unidades de tamanho médio. Comprei as de alho poró com bacon, e assim que experimentar eu conto aqui como elas estavam.
Também levei uns docinhos pra dar mais cara de festa à nossa comemoração. Encomendei na Boca do Forno e pedi brigadeiros, cocadinhas e pés de moleque, que acabaram sendo uma decepção, já que eram feitos com amendoim e leite condensado, e nada de rapadura.

Ficamos sabendo que agora o Barracão também abre aos domingos para o almoço, e já pedimos pra nos avisarem da próxima vez que tiver feijoada! E também pedimos pra que eles nos avisem no sábado que tiver torresmo na brasa, que é um dos melhores torresmos que já comi, feito na churrasqueira, com a pele super crocante e a carne muito saborosa.

terça-feira, 16 de junho de 2009

grão de bico com linguiça


Morro de preguiça de cozinhar feijão e grão de bico. Acho uma chatice aquele ritual de catar pedrinhas, lavar, deixar de molho, colocar na panela de pressão (utensílio que me causa um certo temor), lavar a panela de pressão... Por isso, quando faço qualquer um dos dois, já faço o pacote inteiro, que é pra ter trabalho uma só vez. Depois de cozidos, os grãos vão para o freezer, cada um acondicionado em porções para uma refeição de 2 pessoas, em saquinhos com um pouco da água do cozimento. Resistem super bem e assim eu posso comê-los sempre sem ter toda a trabalheira, basta descongelar um saquinho. Hoje eu cozinhei grãos de bico, separei porções para serem congeladas, e deixei o equivalente a 3 xícaras de chá de grãos de bico cozidos para o jantar.

Fiquei pensando em como prepará-los e me lembrei de uma receita espanhola de Puchero que uma vez comi na casa de uma amiga. É um cozido de carnes, legumes e grão de bico, bem consistente e saboroso, cuja lembrança do aroma e sabor enche minha boca d'água! Mas queria uma coisa muito mais simples e menos pesada que o equivalente espanhol à nossa feijoada. Decidi fazer o cozido só com alguns poucos legumes e assar umas linguiças separadamente.

As linguiças foram ao forno bem quente sem nada, por mais ou menos 40 minutos até ficarem bem douradas e assadas.

Refoguei em azeite meia cebola roxa, 1 talinho de salsão, 1 cenoura, 1/2 talo de alho-poró, 1 dente de alho, tudo bem picadinho. Juntei os grãos de bico, suco de uma laranja, 1 lata de tomates italianos pelados, sal, pimenta harissa*, misturei bem e deixei cozinhar em fogo baixinho até engrossar. Quando estava bem consistente, juntei umas tiras de pimentão vermelho assado** , salsinha, cebolinha e manjericão picados. Acertei o sal, fatiei as linguiças e misturei-as ao cozido. Servi bem quente e com fatias de pão italiano. Rende o suficiente para 4 pessoas.

*harissa é uma pimenta tunisiana que tem sido a minha favorita nos últimos tempos. prometo falar mais dela por aqui depois.

** achei no supermercado um vidro de pimentões vermelhos sem pele e assados, conservados em óleo. São 340g de pimentões franceses defumados, por algo em torno de 6 reais! Achei uma pechincha, pois isso equivale a mais ou menos uns 6 ou mais pimentões. Se você também morre de preguiça de assar e tirar a pele de pimentões, procure por esses da marca Bonduelle.

domingo, 14 de junho de 2009

torta de mini tomates e stracciatella


Como falei ali embaixo, adoro fuçar supermercados a procura de ingredientes inéditos. E esta semana encontrei dois! O primeiro foi um queijo tipo Stracciatella, que vi na prateleira de laticínios e fui logo agarrando, junto com um queijo Burrata (este eu já conhecia) e uma Ricotta da mesma marca (Eurolat), que parecia ser mais cremosa que aqueles iogurtes com farinha que têm sido vendidos como ricota ultimamente. Assim que cheguei em casa abri o pote e achei que parecia muçarela desfiada com creme de leite fresco. Fui pesquisar sobre o queijo e descobri que se tratava exatamente de um tipo de muçarela de búfala desfiada com creme de leite, mais ou menos feita como o recheio da Burrata. Busquei por algumas receitas, vi algumas fotos, mas nada ainda tinha me apetecido pra experimentar o queijo, que ficou guardado até hoje. O segundo ingrediente novidade foi o Broto de Basílico Verde, anunciado como produto gourmet na prateleira de ervas. Levei pra casa junto com uma caixinha de mini tomates italianos orgânicos, já pensando em alguma salada usando os três ingredientes no domingo.

Mas o domingo amanheceu frio e pedindo uma comida saída do forno, quente e reconfortante, e dispensando qualquer tipo de salada. Pensei em fazer uma quiche, mas como o queijo já era super gordo, não quis abusar de mais ovos, manteiga e creme numa só receita. Lembrei de fotos lindas de tortas de tomate que já tinha visto no blog da Fezoca, o sempre indispensável Chucrute com Salsicha, e fui lá pesquisar uma delas. Acabei encontrando essa, de massa não muito gordurenta e fácil de fazer: Torta Napolitana - da Márcia (receita original da Márcia aqui).

Como a Fezoca fez, também modifiquei alguns ingredientes da receita original e de sua adaptação, para usar o que tinha em casa e o que achei que ficava bom:

Torta Napolitana (com as minhas adaptações)

Ingredientes:

para a massa:

2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado fino
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 cubo de caldo de manjericão (é um caldo italiano que está na minha despensa há meses e ainda não tinha sido usado)
2 colheres (sopa) salsinha picada
2 colheres (sopa) cebolinha picada (também coloquei um restinho de tomilho e orégano frescos que eu tinha na geladeira)
1 colher (chá) de mostarda dijon ao basílico
1 xícara (chá) de leite
1/2 xícara (chá) de azeite
3 ovos caipiras


para o recheio:

1 caixa de mini tomates italianos orgânicos (300g)
1 pote de queijo tipo stracciatella (200g)
50 g de azeitonas pretas sem caroço e picadas
brotos de basílico verde a gosto
azeite, sal, pimenta branca e açúcar para os tomates, o quanto baste.

Modo de fazer:

Comecei partindo ao meio e tirando as sementes dos tomatinhos. Acendi o forno e numa assadeira coloquei para assar os tomates polvilhados com sal, açúcar, pimenta branca e um fio de azeite, para dar uma secada e não soltar muita água na torta. Enquanto isso, bati no liquidificador os ingredientes líquidos da massa (leite, ovos, mostarda, azeite e o caldo), e depois misturei aos ingredientes secos numa tigela (farinha, queijo, fermento, ervas). Achei muito difícil dissolver a farinha misturando isso à mão, e como não queria deixar a massa verde com as ervas, não pude voltar com a mistura toda pro liquidificador. Acabei tendo que sujar também uma batedeira. Então, se você tiver uma, faça direto na batedeira, ou prepare-se para malhar o braço na colher de pau!

Retire os tomatinhos do forno e escorra a água que ele soltou. Unte um refratário com azeite, despeje metade da massa, disponha os tomatinhos, o stracciatella, as azeitonas e os brotos de basílico. Cubra com o restante da massa, polvilhe mais um pouco de queijo ralado e leve ao forno 205º por 25 minutos, até corar. A massa ficou fofa, macia, e o recheio ficou bem delicado e saboroso.

seguir receitas é para os fracos

Embora cozinhar seja um dos meus maiores prazeres cotidianos, fazê-lo por obrigação é impossível. Talvez por isso eu seja tão resistente à ideia de transformar a diversão de cozinhar despretensiosamente para os amigos e família, em trabalho e fonte de renda.

Gosto de colecionar meus livros e revistas cheio de fotos, receitas, histórias. Passo horas no supermercado só pelo prazer de passear entre prateleiras e descobrir um ingrediente novo, um produto importado inédito, uma novidade gourmet qualquer. Gasto horas do meu dia pesquisando sites e blogs de comida, em busca de inspiração, conhecimento, informação. Mas por favor, não me obrigue a cozinhar pra ninguém! Tal qual uma tia velha na beirada do fogão de lenha da fazenda do interior de Minas, eu demonstro amor através do que cozinho. E amor não pode ser forçado.

Minha cozinha funciona de acordo com a minha inspiração, minha vontade, meus caprichos. Posso gastar 3 dias preparando uma elaborada receita clássica francesa, ou ficar 1 semana vivendo de sanduíche grelhado no George Foreman.

Assim também é escrever. Não tenho a determinação dos escritores para produzir textos como exercício. Do mesmo jeito que cozinho, escrevo, seguindo minha vontade do momento. Sou bastante hostil quanto a seguir regras, cumprir obrigações, manter rotinas. E por isso vai ser difícil manter este blog atualizado constantemente. Mas prometo tentar!

E como já avisei que não gosto de seguir regras, também não gosto de seguir receitas. Meus pratos são sempre adaptados, modificados, inspirados nos ingredientes que tenho à mão. Claro que isso gera alguns desastres incomíveis, mas o prazer de cozinhar está justamente na aventura de descobrir sempre novas possibilidades para os ingredientes do dia a dia. Seguir receita é para os fracos!